A Fundação Oswaldo Cruz, entidade vinculada ao governo brasileiro, produziu um balanço após os seis primeiros da pandemia da Covid-19 no Brasil e concluiu que faltou “coordenação nacional” por parte do ministério da Saúde, pasta que teve três chefias ao longo da emergência de saúde.

Ao tratar os mais de cinco milhões de casos de infecção no país, o documento, batizado de “Boletim Observatório Covid-19”, faz uma previsão pessimista para o país, se a pandemia persistir nos próximos meses: “A permanência da pandemia nos próximos meses pode acrescentar algumas dezenas de milhares de novos óbitos no país”.

“A ausência de uma coordenação nacional para mitigar desigualdades e otimizar processos de compras de equipamentos e insumos necessários, em um cenário de grande competição global, levou estados e municípios a implementarem suas próprias soluções, muitas vezes competindo entre si.

Pecou-se com frequência pelo investimento em estruturas temporárias contra o fortalecimento de estruturas permanentes do SUS”, diz. O boletim reflete ainda que faltou investimento na atenção primária e na sua integração com a vigilância em saúde, “além da ampliação da testagem da população para que se pudesse implementar ações mais efetivas de isolamento”, visto que a maioria dos infectados pelo vírus não precisar de internação.