
O clube, talvez, tenha mirado só na exposição de seu nome e escudo.
Em uma semana conturbada no esporte, como um todo, vimos de perto dois exemplos de como o marketing pode ser utilizado: errado e certo. O exemplo do malfeito, não é difícil de adivinhar, vem lá de Varginha, com o Boa Esporte, que contratou o goleiro Bruno, em liberdade após um habeas corpus dado pelo STF. Nada contra o habeas, um direito de Bruno previsto em lei. Nada contra um clube dar a chance a um ex-presidiário (temporário, provavelmente) de retomar sua vida. O grande problema é como tudo isso foi tratado.
O Boa comprou a briga de Bruno, de que ele, aparentemente, é uma vítima do Judiciário brasileiro. Trata o goleiro como um herói incompreendido, perseguido pela dureza da lei. Menos, Boa. Muito menos. Além de tudo, na coletiva de apresentação do jogador quis censurar/dirigir as perguntas dos jornalistas, como se o objetivo fosse apagar o fato de Bruno ter sido condenado – em primeira instância – por um homicídio bárbaro.
Apesar de querer dar seguimento à ressocialização do goleiro, o Boa só contribui para o sentimento geral: de que Bruno não se arrepende de ter feito nada porque, de fato, parece achar que não fez nada demais. O clube, talvez, tenha mirado só na exposição de seu nome e escudo. Claro que haverá TVs cobrindo seus jogos, redes internacionais interessadas em traçar um perfil do goleiro e acompanhar seu retorno. Mas será que isso é positivo para o clube? A saída dos patrocinadores diz que não. E não importa se outros virão.
Os patrocinadores que, por ventura, aparecerem têm a mesma intenção: surfar na onda (errada). E o interesse somente nisso não é benéfico para o clube também. O marketing bom é o que gera parcerias duradouras, com produtos que possam trazer o bem-estar e a satisfação dos clientes/torcedores. Não me parece o caso.
Do outro lado, em Fortaleza, tivemos o lutador americano Kelvin Gastelum se tornando mais querido que os próprios brasileiros. Gastelum se esforçou para falar português e até cantou música de Wesley Safadão nas entrevistas. Sempre sorridente e fazendo questão de enaltecer o evento do UFC que aconteceu no último sábado na capital cearense. Em sua caminhada para o octógono, o americano ainda entrou ao som de Charlie Brown Jr.
Seu rival, Vitor Belfort, apesar de ter o apreço de muitos brasileiros, tem um perfil diferente, abusando das frases de autoajuda e do discurso religioso. Perdeu no quesito simpatia. Dentro do octógono, viu Gastelum ter a preferência da torcida e atropelá-lo. Para mostrar que tinha o público ao seu lado, o americano ainda fez os cearenses cantarem parabéns para sua mãe, aniversariante da noite. E pediu para lutar com Anderson Silva no UFC Rio, em 3 de junho, sendo prontamente atendido pela organização. Podem esperar que Gastelum ainda vai preparar surpresas para o público carioca.
CBB
Guy Peixoto foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) sem o apoio da Federação Bahiana de Basketball (FBB), que votou no candidato derrotado Amarildo Rosa. Ainda assim, é preciso trabalhar para tentar tirar a CBB e a própria FBB do buraco de dívidas em que se encontram. Fundamental o entendimento com a Liga Nacional de Basquete (LNB), responsável pela organização do NBB. Que Peixoto tenha a sorte e, principalmente, a competência gestora que faltou aos seus antecessores. E que seu projeto de cem dias para ajustar os problemas básicos da CBB possa dar certo, claro, com o fim da suspensão imposta pela Fiba.





































