0:00
Uma dúvida vem atormentando a presidente Dilma Rousseff e assessores mais íntimos nos últimos dez dias: defender Lula publicamente é consagrar algo como um abraço de afogados ou pode representar um renascer político das cinzas?
Formulada por um dos homens mais próximos, seu escudeiro há mais de uma década, a questão divide corações e mentes da equipe da presidente. Os auxiliares com mais afinidade com Dilma do que com a corrente majoritária do PT apostam na primeira alternativa.
Acham que a presidente não pode se contaminar mais com possíveis erros do antecessor e que seu governo já tem problemas demais e popularidade de menos para se arriscar protegendo Lula. Capitão do outro time, o da ideia de que Dilma pode renascer junto com Lula e que o afastamento seria mais fatal para ela do que para ele, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, obteve duas vitórias nos últimos cinco dias. Emplacou o novo ministro da Justiça — o baiano Wellington Cesar — e conseguiu convencer a presidente a viajar ontem para visitar Lula em São Bernardo. Até então, ela havia falado apenas pelo telefone com Lula.(O Dia)