A saúde mental de crianças e adolescentes em todo o mundo entrou em estado crítico, impulsionada principalmente pela expansão descontrolada das redes sociais. É o que revela um relatório divulgado nesta quarta-feira (11) pela organização internacional KidsRights, com sede em Amsterdã, em parceria com a Universidade Erasmus de Roterdã. Segundo o estudo, um em cada sete jovens entre 10 e 19 anos apresenta algum tipo de problema de saúde mental. O documento destaca uma “correlação perturbadora” entre esse cenário alarmante e o uso “problemático” das redes sociais — caracterizado pelo consumo viciante de conteúdo online que interfere diretamente nas atividades cotidianas dos usuários.
O relatório também chama atenção para a relação entre o uso excessivo das plataformas digitais e o aumento no número de tentativas de suicídio entre adolescentes. Segundo os pesquisadores, o bombardeio constante de informações, padrões de comparação irrealistas e a exposição a discursos de ódio e cyberbullying têm causado danos significativos ao bem-estar emocional dessa faixa etária.
A KidsRights alerta para a urgência de políticas públicas e regulamentações mais firmes em relação ao ambiente digital, especialmente voltadas para a proteção da saúde mental infantojuvenil. Para os autores do estudo, é fundamental que governos, empresas de tecnologia e famílias atuem de forma conjunta para enfrentar essa crise silenciosa que afeta milhões de jovens ao redor do mundo. O relatório reforça a necessidade de criar ambientes online mais seguros, promover o uso consciente das redes sociais e ampliar o acesso a serviços de saúde mental para crianças e adolescentes. (O Globo)