A ansiedade é um sentimento natural que pode ser impulsionado por situações ameaçadoras que causam preocupação. O problema, no entanto, é quando essa sensação surge de forma excessiva, a ponto de comprometer a qualidade de vida. Quando isso acontece, ela é classificada como um transtorno, que tem acometido cada vez mais as pessoas em todo o planeta. Conhecido como o mal do século, o transtorno de ansiedade pode ser desencadeado por diversos fatores. Um deles é o imediatismo do mundo contemporâneo. Quem explica é a psicóloga clínica Nili Brito. “A gente vive numa sociedade imediatista. E essa sociedade é o quê? Ela, a todo momento, nos impõe pressões sociais, seja pressão estética, seja pressão de produtividade, seja pressão de estar sempre em movimento. Isso acaba causando, em muitas situações, um desgaste muito grande emocional, uma exaustão emocional”, diz.
“A gente precisa entender cada realidade de cada paciente que chega no consultório, entender a história de vida desse paciente, entender a realidade que se encontra, para a gente poder fazer esse acompanhamento individualizado, até porque cada sujeito é subjetivo e é constituído por uma história de vida diferente”, complementa. A ‘epidemia de ansiedade’ é evidenciada por meio dos números da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 2023, 328 milhões de pessoas tinham transtorno de ansiedade no mundo, o que representa 4% da população global. Deste número, 56 milhões eram brasileiros, o que equivale a 26,8% da população brasileira. Em 2019, aliás, a OMS apontou que o Brasil é o país mais afetado por transtornos de ansiedade. A reportagem tentou dados de Bahia com a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), mas não há um recorte estadual.