Na reunião com Lula, ministros e dirigentes do PT, há alguns dias, Dilma Rousseff foi pressionada a rever a meta de superávit fiscal do governo, assumindo publicamente que o índice estabelecido, de 1,2%, não deve ser cumprido. A presidente cortou a conversa. A ideia mais próxima de um consenso era a de que ela adotasse a banda, ou um intervalo para a meta de superávit a ser alcançada, entre 0,5% e 1,2%. A proposta já chegou a ser explicitada pelo ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, que foi desautorizado pela presidente. A presidente ouviu que o fracasso do governo em alcançar o superávit era um segredo de polichinelo, já que agências internacionais e economistas trabalham com números públicos que mostram que a arrecadação de impostos no país esta caindo. Ainda assim, Dilma sustentou a sua posição inicial. Uma das vozes contrárias ao coro foi a do ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil. Ele argumentou que a meta pode, sim, ser cumprida. E citou a possibilidade de o governo aprovar projeto de repatriação de recursos. Estima-se que brasileiros endinheirados escondem hoje R$ 200 bilhões no exterior. Dilma também se queixou da imprensa, que “abafaria” as notícias positivas para o governo. (Mônica Bergamo)