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A nova novela das 21h, Velho Chico, da rede Globo, configura-se com um cenário que desconstrói o modelo comumente exibido em telenovelas deste horário. A trama de Benedito Ruy Barbosa vivenciará o sertão nordestino, tratando-se de um reencontro com a história de nosso povo.
Um romance sertanejo iniciado nos anos 60 que perdura até os dias atuais, envolto em contradições e também por crítica social, através de uma viva rivalidade familiar à beira do Rio São Francisco. Além dos nomes conhecidos da teledramaturgia brasileira, a novela terá vasto elenco nordestino.
Atores consagrados como Alba Cristina e Carlos Betão de nossa região ganham ainda mais visibilidade na trama da Rede Globo, mostrando o talento e a veia criativa como impulsionadores da arte e da cultura. Dentre os artistas do Nordeste está Alba Cristina Soares, atriz baiana da cidade de Itabuna, que inaugura momento especial em sua carreira ao participar da novela. A artista atuou em diversas montagens teatrais, além de dirigir uma cena do filme Palavra e Utopia, do mais velho cineasta do universo o Português, Manoel Oliveira (in memoriam).
E o real se confunde com o imaginário, tendo em vista que Alba trabalhou durante muitos anos como professora de teatro para jovens e adultos, e hoje se lança na teledramaturgia, participando da novela como uma Madre professora negra de um convento. Ela e o também sul baiano Carlos Betão estarão na novela e delimitam espaço entre as grandes expressões culturais, como signos vivos de resistência artística e religiosa.
Ela no cinema, brilhou atuando recente no filme A Coleção Invisível – obra dirigida por Bernard Attal e vencedora do Festival de Gramado/2013. Acredita que é preciso despertar a consciência crítica na sociedade, especialmente no povo negro, valorizando a sua herança cultural e científica, com ações afirmativas no sentido de não apenas acolher, mas, principalmente, possibilitar novas perspectivas de promoção dos direitos humanos. Fiquem atentos ao novo trabalho da atriz junto ao Velho Chico que abre uma janela significativa para novos atores nordestinos mostrarem seus talentos e suas verdades culturais. (JBO)