A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) deu de ombros ao pedido dos pilotos e decidiu nesta quinta-feira que não vai alterar o formato do treino de classificação para a segunda etapa da temporada da Fórmula 1, dia 3 de abril, no Bahrein. As novas regras, que estrearam no GP da Austrália, causaram indignação dos pilotos, que foram unânimes nas críticas.
Em carta assinada por Sebastian Vettel e Jenson Button em nome da Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA, na sigla em inglês), eles pediram que as mudanças, que já haviam sido cogitadas pelo próprio Bernie Ecclestone, o chefão da F1, tivessem efeito imediato.
“Os pilotos chegaram à conclusão de que o processo que toma as decisões no esporte é antiquado e mal estruturado e impede o progresso. Sentimos que algumas mudanças recentes nas regras tanto no âmbito esportivo como técnico, e também algumas diretivas empresariais, são perturbadoras, não enfrentam as grandes questões que enfrenta o nosso esporte e em alguns casos poderiam por em risco seu futuro êxito”, diz o forte comunicado dos pilotos.
No domingo, antes mesmo da corrida em Melbourne, as equipes decidiram de maneira unânime que desejavam retornar à antiga forma de disputa pela classificação no grid. “Houve um encontro e decidimos retomar a fórmula dos anos anteriores para definir a classificação. Ainda precisa ser ratificado pela Comissão da F1, mas eu gostaria de saber quem defenderia o treino classificatório de sábado”, afirmou na ocasião Toto Wolff, chefe de equipe da Mercedes, em entrevista ao site da Autosport.
O problema é que a Comissão da F1 não aprovou essas mudanças. Nesta quinta, em encontro que contou com acionistas da F1, liderados por Ecclestone, as equipes e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), foi decidido que o treino de classificação manterá seu formato.
“Vamos deixar as coisas como estão para esta prova (do Bahrein). Depois estudaremos para decidir se o que foi feito era o adequado, se não era o adequado, se precisa de modificação ou de anulação. Esta foi uma ideia da FIA, de modo que tenho que decidir que apoiaremos tudo que eles considerem o correto”, avisou Ecclestone.
As principais críticas para o formato de disputa pela pole position em 2016 aconteceram pela falta de ação durante o treino. No sábado, Lewis Hamilton fez um ótimo tempo e resolveu poupar o carro para a corrida. As outras equipes se contentaram com o que conquistaram e também acabaram por deixar os carros nos boxes. (Estadão Conteúdo)