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Camacan: 18 de outubro, dia do médico, o que comemorar?

Dr. Aníbal Cavalcante, aproveita a oportunidade para deixar sua homenagem a todos os seus colegas médicos

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Sinto uma enorme gratidão a Deus, minha mãe, um irmão querido e a mim, pelas escolhas e pela resiliência de lutar e vencer, sobre todos os obstáculos da época; saindo de uma pequena cidade do interior, estudando em escolas públicas e passando nas duas faculdades de medicina do Estado da Bahia. Após escolher a UFBA, nos primeiros meses de estudo, sentir a grande diferença do meu conhecimento, em contraponto aos colegas que estudaram nos melhoras colégios particulares da Bahia. Somente aí, tomei conta dos desafios que iria enfrentar. Coloquei como mantra na minha vida, que o impossível estava na cabeça dos outros e seguimos o caminho da vontade. A nossa turma concluiu o curso em cinco anos e meio, uma turma diferenciada, singular e genial. Depois de formados, fomos para São Paulo(Aníbal/Boida) e conhecemos a discriminação por sermos médicos nordestinos. Porém, nos congressos de GO, saboreei vitórias e doces vinganças, com a genialidade do mestre Euzimar Coutinho, que colocava os paulista e sua soberba embaixo do seu extraordinário saber e altivez. Nestes momentos especiais, era inundado de orgasmos de alegrias e de puro conhecimento. Este nobre cientista, durante a sua longeva vida produtiva, fez jus ao Prêmio Nobel de Medicina; não entrarei no méritos dos boicotes de pura inveja.

Após o convite do meu irmão e amigo, retornamos para a terra do leite e mel, Camacã. A terra dos índios camacãs, fecunda e de muitas águas. Pequena cidade do sul da Bahia. Fomos bem recebidos pela comunidade e ajudados em nossa caminhada por muitas pessoas, que se quer nos conhecia; as quais somos eternamente gratos no coração e na luz. Neste período, o médico era um profissional respeitado, querido e amado, e como reconhecimento, recebíamos como gratidão, mimos, deste um pacote de limões, galinhas, pacas, novilhas e outros bens, pelo simples ato de de usar a boa palavra que ampara e salva, aliviar as dores, e curar quando possível com as bençãos do Cristo, puro amor. Durante anos somente bençãos. Porém, com a vinda dos partidos de esquerda, tudo mudou, destruíram a lavoura do cacau com a vassoura de bruxa, deixando no seu rastro quase 500 mil desempregados, mortes, suicídios e desalento a região. Como também, durante anos, através dos bilhões com propagandas nos meios de comunicação importantes do país, atribuíram todos os males do gerenciamento da saúde para os médicos. Os médicos e a classe médica foram um dos grandes vilões da maciça propaganda predatória. Outro viés foi a liberação por este mesmo governo de centenas de escolas médicas, objetivando tornar empresários amigos ricos, sem a preocupação com a qualidade do ensino, e tornar os médicos barato e sem valor como sal, apesar de suas importâncias para a vida. E nesta esteira de maldades, formando médicos com baixa qualificação, sem o preparo necessário, aliado a vontade de ganhar dinheiro rápido para obter status e poder. No entanto, com estas atitudes inadequadas, perdemos gradativamente o respeito e a respeitabilidade ao longo dos anos.
Nas últimas cinco décadas, a evolução da medicina com novas tecnologias de ponta e novas descobertas em diversas áreas, trouxeram dos anos setenta, quando o Brasil foi tricampeão de futebol, aos dias de hoje, um ganho de quase trinta anos de vida.
Isto é sucesso, estudos e evolução na área médica. Porém, no aniversário do dia do médico, somos ignorados por uma grande parcela da população, como vilões e mercenários. Então perguntamos, o que comemorar hoje? Ganhamos na tecnologia e seus avanços, e perdemos no ser humano. No entanto, devemos ter humildade e sabedoria para mudar, fazendo escolhas políticas acertadas, com pessoas compromissadas em oferecer a nossa população uma medicina de qualidade com profissionais

bem formados, educados e atentos para escutar e olhar nos olhos dos seus paciente, as angústias desta vida, célere em resultados, esquecendo que precisamos saber ouvir, tocar, escutar, examinar, dar tempo na entrevista e de forma holística e humanizada, diagnosticar para aliviar as dores e as vezes curar os sofrimentos espirituais, morais, físicos, sociais, psicológicos, matérias, por falta de solidariedade e amor. A escolha do médico deve ser como ele recebe e trata o seu paciente, examinando, ouvindo, tocando e prescrevendo o melhor do seu conhecimento, após o tirocínio do seu diagnóstico. E não pelo status e propaganda induzida nas mídias sociais. Nós somos responsáveis por nossas escolhas e os resultados advirão do acerto ou não.

Devemos comemorar? Sim, fomos juntamente com todos os demais profissionais da saúde, a grande armadura de Deus, que nos proporcionou, mesmo com centenas de mortes em nossas fileiras, a salvação de milhares de mortes de pessoas como nós. Somos os heróis do palavreado fácil do discursos do político, sem se importarem com as mortes dos profissionais da saúde. Sequer um direito, como o aumento da periculosidade e insalubridade, nada. É nossa obrigação. Tudo bem, as recompensas vindas, não serão desde mundo. Aos meus queridos colegas da saúde e demais profissionais desta linda, humana, fraterna e abençoada profissão. Vamos dizer em uníssono , VIVA O DIA 18 DE OUTUBRO, DIA DO PROFISSIONAL MÉDICO.
Aníbal de H Cavalcante – Simplesmente Médico, CRM 5823-Ba.

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