
O seu ponto de trabalho (sapataria), sempre foi na esquina da Avenida Dr. João Vargens, sentido praça do Bené.
Morreu na manhã desta sexta-feira (21), o camacanense Vicente Pinheiro do Nascimento (Vicente Sapateiro), aos 78 anos. As primeiras informações coletadas pelo Portal O Tempo Jornalismo junto aos familiares apontam que ele teria caído no banheiro de sua residência, havia 15 dias, e quebrou o fêmur. Transferido para a emergência da Fundação Hospitalar de Camacã, foi medicado e mandado de volta para casa. Passou mal e foi internado novamente e, na madrugada desta sexta-feira, não resistiu. O óbito foi registrado por volta das 05:00hs da manhã.

Seu Vicente tinha muito orgulho dessa máquina, adquirida por um familiar dele no ano de 1930.
O que se sabe de Vicente Sapateiro é que ele exercia esse ofício com maestria desde os 10 anos de idade. O início de tudo foi na famosa sapataria de seu Antônio Pereira dos Santos da Afil (em memória), esposo de Dona Josefa. Foi com seu Antônio Pereira, que Vicente aprendeu o ofício de sapateiro. Na época, seu Antônio Pereira, era o pioneiro do ramo da sapataria em Camacã e empregava 10 pessoas em seu negócio. 1957, foi exatamente o ano em que Vicente começava manusear a sovela.
Foram mais de seis décadas produzindo e fazendo aquilo que mais gostava que era produzir, consertar, sovelar e engraxar sapatos. A família conta que até “sapatos ortopédicos” ele produzia. Consertou muitos sapatos para as madames, inclusive para os desbravadores de Camacã, como a família Vargens, os Mouras, políticos importantes como Anísio Loureiro, Luciano Santana e outros barões do cacau que vieram antes destes. Nos tempos de ouro da lavoura cacaueira, Vicente era um dos mais requisitados na profissão e, consertou muitos pares de sapatos e sandálias para pessoas da alta sociedade camacanense, que recorriam a ele, para resolver pendengas de seus calçados. Existiam os casos mais urgência, onde às pessoas precisavam participar de eventos sociais ou fazer uma viagem. Vicente Sapateiro era um homem íntegro, bom amigo, bom pai. Teve uma existência honrada e deixa um legado de amizade e profissional habilitado no que se dispôs a fazer durante toda sua vida. O sepultamento ocorreu no cemitério local em Camacã às 09:00hs deste sábado.
(O Tempo Jornalismo)