No mês de agosto ocorreu o estupro sofrido pela jornalista Clara Averbuck e o ataque de um homem que ejaculou em uma passageira dentro de um ônibus. As situações foram pauta nos noticiários de todo o Brasil e o Scup, ferramenta de monitoramento das redes sociais, preparou um levantamento para entender o que as mulheres estão falando sobre o tema.
O sentimento predominante foi de raiva. Dados analisados entre 29 e 31 de agosto, dias em que essas pautas estavam no auge das discussões, mostram que 79% das mulheres mostravam reações raivosas e 21% demonstravam medo. Uma das coisas que mais deixa as mulheres indignadas é a impunidade com que os casos foram tratados. Um fato que evidencia isso é a menção constante do juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto, que liberou o agressor que ejaculou na vítima, sentenciando que não houve constrangimento.
Relacionadas às vítimas, o termo “vergonha” fica no topo da lista dos sentimentos relacionados aos casos. O que isso mostra com clareza é o fato de que o estupro, bem como outras violências domésticas, são subnotificados. De acordo com o site da revista Cláudia, estima-se que o número de ocorrências pode ser 70% maior do que são realmente registradas. Isso acontece porque as mulheres violentadas são geralmente desacreditadas por suas famílias e autoridades, obrigando-as a passar por perguntas vexatórias, muitas vezes sem encontrar ajuda.