Com o resultado do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro em mãos, um pouco pior do que o previsto, analistas do mercado financeiro revisaram mais uma vez para baixo suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 e 2016. De acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo BC, a perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,67% para 2,80%. Há um mês, a mediana das projeções estava em 2,01%.
Para 2015, a previsão de contração do PIB saiu de 3,62% para 3,70% – um mês antes estava em queda de 3,15%. No Relatório Trimestral de Inflação de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Uma nova edição desse documento será divulgada nesta quarta-feira.
Com o discurso mais duro do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a indecisão que rondava a substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na última sexta-feira, o mercado financeiro já acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) terá de elevar a taxa básica de juros dos atuais 14,25% ao ano para 14,75% ao ano na primeira reunião de 2016. A mudança pode ser considerada drástica, já que, há quinze dias, a expectativa desse mesmo levantamento era de manutenção da Selic em 14,25% ao ano ao longo de todo o ano que vem.
A última decisão do colegiado foi de estabilidade da taxa básica de juros, mas com placar dividido em 6 a 2. Os diretores dissidentes (Sidnei Marques e Tony Volpon) já gostariam de ter visto uma alta de 0,50 ponto porcentual no encontro passado.
No boletim Focus, o mercado revisou também suas previsões para a Selic de 2017, de 12% para 12,25%, manteve a de 2018 em 11% e aumentou a de 2019 de 10,50% para 10,75%. Para 2020, foi mantida a projeção de 10% já apontada na semana passada.(Com Estadão Conteúdo)